04/08/2010 13:00
Olá Filho.
Espero que te estejas a divertir hoje.
Hoje foi a avó que viu como tu acordas e como somos um para o outro, espectacular.
Hoje é o dia de ires para a tua (…) e já estou triste porque nos vamos separar.
Porque será que sempre que nos estamos s sentir bem as coisas tem de mudar.
Dizem as pessoas que (Quando é bom acaba depressa).
És um miúdo impecável ,meigo ,carinhoso ,cumpridor das tuas funções ,tens as tuas coisas como eu as minhas ,não estar a ser fácil tentar mudar essa tuas coisas que o Pai não gosta ,mas eu tenho feito tudo por tudo o meu esforço é total ,a minha entrega ,a minha dedicação ,o meu amor.
Temos tido alguns dias mais difíceis ,mas nada que não se resolva com uma boa conversa e com o esforço de ambos.
Não sei porque fico desta forma quando sei que chego a casa e tu não estás ,és o meu conforto em casa ,jogamos jogos de cartas ,damas ,conversamos ,brincamos um com o outro antes de irmos dormir ,também faz bem para poder-mos ter um sono mais descansado ,mas o Pai nunca fica bem e é sempre o dia que mais tarde se deita ,não tenho qualquer objectivo em voltar para casa e não ter o meu Filho com aquele abraço forte ,aquele beijo carinhoso, aquele (Olá Pai),volto mas volto sempre a horas que eu sei que abro a porta e já está tudo escuro ,não vejo nada nem ninguém ,faço o que tenho de fazer e vou dormir ,por vezes durmo só 2 ou 3 horas levanto-me de manhã tomo o meu banho e saio logo de casa ,mas quando saio ,tenho outro se não ,é que por norma eu e o Gabriel vamos sempre tomar um café quando estamos juntos ,mas ainda assim tomo o meu café e saio logo para vir trabalhar mas fico sempre com a sensação que deixei algo para traz ,mas como se não chega-se ,entro no meu carro sento-me olho para traz e vejo a cadeira dele ,tudo o que me rodeia tem um toque do meu Filho, por isso não é fácil para mim lidar com isto tudo quando ele não está comigo.
Sempre lidei mal com estas situações, até porque nunca tive de lidar com elas ,fico revoltado ,sei que me estou a desgastar com isto ,mas que posso eu fazer.
Sei que poderia ignorar toda esta situação, mas não era eu mesmo.
Não sei se algum dia vou superar toda esta situação com o meu Filho pelo menos enquanto ele for pequenino ,porque tenho que ter um grande poder de encaixe com ele, faz-me perguntas muitas perguntas em relação á situação e eu sempre a dar-lhe a volta da melhor forma ,mas sei que vou chegar a um dia e já não sei o que lhe vou responder e isso para mim não é bom ,não lhe quero mentir nem omitir nada do que se passa na vida dele ,quero sim ser o mais aberto e sincero com ele ,até porque eu ando sempre a dizer-lhe que a mentira tem a perna curta e para mim já bastou uma.
Com Amor
Do Pai para Filho.
Paulo Bessa
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